Atriz Ilva Niño, a Mina de ‘Roque Santeiro’, morre aos 90 anos

Ilva Niño como Dona Epifânia em ‘Cheias de charme’ (2012) TV Globo/Estevam Avellar

Lembrada pelo público como a Mina, da novela “Roque Santeiro” (1985), Ilva Niño morreu nesta quarta-feira (12), no Hospital Quali, em Ipanema, Zona Sul do Rio, aos 90 anos. A atriz estava internada desde 13 de maio, quando passou por uma cirurgia cardíaca.

Natural de Floresta, no Sertão de Pernambuco, Ilva começou a estudar teatro quando cursava a Escola Normal e, posteriormente, participou de um curso ministrado pelo dramaturgo e escritor Ariano Suassuna. Em 1957, ganhou o prêmio de Melhor atriz no Festival de Amadores Nacionais por sua atuação no clássico “O Auto da Compadecida” como a Mulher do Padeiro.

Casou-se com o ator e diretor Luiz Mendonça (1931-1995), criador do Movimento de Cultura Popular no Recife e idealizador do Grupo Chegança, que reuniu nomes como Carlos Vereza, José Wilker, Camilla Amado e Isabel Ribeiro. Com ele teve Luiz Carlos Niño, que morreu precocemente, aos 40 anos, em 2005. Em 2003 fundou o Teatro Ninõ de Artes Luiz Mendonça, em homenagem ao marido, onde dava aulas de teatro.

Estreou na TV em 1971na novela “Bandeira 2”, da TV Globo. Na emissora, participou de vários sucessos da teledramaturgia, como “Gabriela” e “Pecado capital” (1975), “Feijão maravilha” (1979), “Guerra dos sexos” (1983) e “Partido alto” (1984). Em 1985, veio seu maior sucesso na TV, a Mina de “Roque Santeiro”, empregada e confidente da Viúva Porcina interpretada por Regina Duarte. O grito estridente da patroa chamando seu nome (“Minaaaaaaa!”) transformou-se numa das expressões mais lembradas da novela.

Depois participou de outros sucessos televisivos, como “Bebê a bordo” (1988), “Pedra sobre pedra” (1993), “O Rei do Gado” (1996), “Por Amor” (1997), “Cordel encantado” (2011) e o remake de “Saramandaia” (2013).

O Globo